Em homenagem ao dia do músico, trago aos meus leitores a linda canção intitulada "Let it be", de autoria de Paul McCartney. Vamos à letra?
Let it be
When I find myself in times of trouble
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom
Let it be
And in my hour of darkness
She is standing right in front of me
Speaking word of wisdom
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
Speaking words of wisdom
Let it be
And when the broken hearted people
Living in the world agree
There will be an answer
Let it be
For though they may be parted there is
Still a chance that they will se
There will be an answer
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
Speaking words of wisdom
Let it be
Let it be, let it be
Let it be
Yeah, let it be
Whisper words of wisdom
Let it be
And when the night is cloudy
There is still a light that shines on me
Shine on until tomorrow
Let it be
I wake up to the sound of music
Mother Mary comes to me
Speaking words of wisdom
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
There will be an answer
Let it be
Let it be, let it be
Let it be, let it be
Whisper words of wisdom
Let it be
http://www.youtube.com/watch?v=kEogJacjLTE
Era novinha quando meu pai me apresentou essa canção. Como eu chorava! Não é mesmo linda?
Como o "deixar pra lá" pode ser importante! Às vezes não nos damos conta de que os problemas, muitas vezes, acontecem apenas em nossas cabeças.
O "deixa estar" da canção representa calma, paciência com as situações adversas da vida. Problemas todos temos. Por isso mesmo acredito que devemos ser vigilantes com a paciência. Tendo muita fé no futuro e confiando em si mesmo, o ser humano tem a capacidade de ir longe. Ah, sempre há uma resposta... Ela sempre se faz aparecer... É só aguardar e confiar.
Um beijo especial a todos os músicos que conheço! Vocês tornam nossas vidas mais alegres dando um toque colorido a elas.
**Devido a um erro de configuração, o post sairá com a data de 24/11, mas foi escrito no dia vinte, dia do músico.
sábado, 24 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
"Mas as pessoas na sala de jantar são ocupadas em nascer... E morrer"
Caros leitores, seguem as minhas impressões a respeito da música "Panis et circenses", composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil, interpretada pelos Mutantes no final da década de 60.
Panis et circenses
Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas na sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
http://www.youtube.com/watch?v=-Vjci0Hx7l0
O link do vídeo é da interpretação de Marisa Monte, em minha opinião, um tanto mais doce que a versão original.
Lembro-me que gostaria que essa canção fosse a primeira que eu comentasse no blog, mas por uma série de motivos, segui por outra vertente, até que ela me veio, novamente, à cabeça.
Imaginar o contexto em que ela foi composta: Brasil em plena Ditadura Militar. Cerceamento de liberdades e criatividade. Será que nós, mais jovens, conseguimos dimensionar essa prisão? Querer compor, escrever e simplesmente não poder. A situação que, por um lado, violentou a capacidade criativa de nossos queridos compositores, por outro, fê-los maiores ainda, uma vez que deveriam driblar a censura.
O que essa canção me diz? A vontade de sonhar é grande! As raízes, que vão a fundo, buscando, buscando... A folha, que vai ao sol... Soltar tigres e leões, numa tentativa de expor as mazelas humanas, fazer gritar. E, ainda assim, ver as pessoas se ocupando apenas de si mesmas, sem prestar atenção no próximo ou com a situação à sua volta. Parece-me que a criatividade vem sendo deixada de lado. O mundo moderno exige competitividade, dinâmica, rapidez na tomada de decisões. O tempo da arte passou? Ainda quero acreditar que não. Sempre haverá gente preocupada com valores artísticos, por mais escondidas que essas pessoas estejam. Hoje não temos mais censura. Mas será que a vontade desapareceu?
Deixo-lhes essa reflexão, leitores. Um beijo!
Panis et circenses
Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas na sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
http://www.youtube.com/watch?v=-Vjci0Hx7l0
O link do vídeo é da interpretação de Marisa Monte, em minha opinião, um tanto mais doce que a versão original.
Lembro-me que gostaria que essa canção fosse a primeira que eu comentasse no blog, mas por uma série de motivos, segui por outra vertente, até que ela me veio, novamente, à cabeça.
Imaginar o contexto em que ela foi composta: Brasil em plena Ditadura Militar. Cerceamento de liberdades e criatividade. Será que nós, mais jovens, conseguimos dimensionar essa prisão? Querer compor, escrever e simplesmente não poder. A situação que, por um lado, violentou a capacidade criativa de nossos queridos compositores, por outro, fê-los maiores ainda, uma vez que deveriam driblar a censura.
O que essa canção me diz? A vontade de sonhar é grande! As raízes, que vão a fundo, buscando, buscando... A folha, que vai ao sol... Soltar tigres e leões, numa tentativa de expor as mazelas humanas, fazer gritar. E, ainda assim, ver as pessoas se ocupando apenas de si mesmas, sem prestar atenção no próximo ou com a situação à sua volta. Parece-me que a criatividade vem sendo deixada de lado. O mundo moderno exige competitividade, dinâmica, rapidez na tomada de decisões. O tempo da arte passou? Ainda quero acreditar que não. Sempre haverá gente preocupada com valores artísticos, por mais escondidas que essas pessoas estejam. Hoje não temos mais censura. Mas será que a vontade desapareceu?
Deixo-lhes essa reflexão, leitores. Um beijo!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
"Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração..."
Em homenagem ao dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora, segue a canção de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, do ano de 1993.
Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe, tira do meu coração
E àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim, minha mãe, junto a Jesus
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia, o perdão
A cura do corpo e pra alma a salvação
Pobres pecadores, oh mãe
Tão necessitados de vós
Santa Mãe de Deus, tem piedade de nós
De joelhos aos vossos pés
Estendei a nós vossas mãos
Rogai por todos nós, vossos filhos, meus irmãos
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
http://www.youtube.com/watch?v=9HCNy4HSdUE
Em dias tão tortuosos, tão turbulentos, sempre devemos nos lembrar da padroeira do Brasil. E da nossa fé.
É importante mantermos a fé: Ela equilibra nossas energias.
A música é tão linda e verdadeira, uma oração completa, que dispensa maiores comentários.
Um beijo, leitores! Sigamos em paz e com muita fé.
Cubra-me com seu manto de amor
Guarda-me na paz desse olhar
Cura-me as feridas e a dor me faz suportar
Que as pedras do meu caminho
Meus pés suportem pisar
Mesmo ferido de espinhos me ajude a passar
Se ficaram mágoas em mim
Mãe, tira do meu coração
E àqueles que eu fiz sofrer, peço perdão
Se eu curvar meu corpo na dor
Me alivia o peso da cruz
Interceda por mim, minha mãe, junto a Jesus
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
Sempre que o meu pranto rolar
Ponha sobre mim suas mãos
Aumenta minha fé e acalma o meu coração
Grande é a procissão a pedir
A misericórdia, o perdão
A cura do corpo e pra alma a salvação
Pobres pecadores, oh mãe
Tão necessitados de vós
Santa Mãe de Deus, tem piedade de nós
De joelhos aos vossos pés
Estendei a nós vossas mãos
Rogai por todos nós, vossos filhos, meus irmãos
Nossa Senhora, me dê a mão
Cuida do meu coração
Da minha vida, do meu destino
Do meu caminho
Cuida de mim
http://www.youtube.com/watch?v=9HCNy4HSdUE
Em dias tão tortuosos, tão turbulentos, sempre devemos nos lembrar da padroeira do Brasil. E da nossa fé.
É importante mantermos a fé: Ela equilibra nossas energias.
A música é tão linda e verdadeira, uma oração completa, que dispensa maiores comentários.
Um beijo, leitores! Sigamos em paz e com muita fé.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
"De tanto que sofre, aumenta"
Hoje trago a vocês a trilha de abertura e encerramento da novela "Chocolate com Pimenta", do grande Walcyr Carrasco. Composta pela linda Deborah Blando, com ares de canções dos anos vinte do século passado, é uma música deliciosa, principalmente pelas cenas de chocolate do clipe, o tema da novela... Hummm, dá água na boca!
Vamos à letra:
Chocolate com Pimenta
Um frio queimando
E um calor de chover
O amor dá raiva sem querer
Formiga e cigarra que parecem brigar
Só desejam ser um belo par
Sol e lua
Casa e rua
Luz e sereno
Ying Yang
Ping Pong
Puro e veneno
Chocolate com pimenta
Paixão ciumenta,
Assim violenta,
De tanto que sofre, aumenta
Como eu me identifico com essa música! As paixões da nossa vida nos torna meio... Briguentos. Briguentos, afoitos, trêmulos. Na maior parte das vezes, perdemos a razão. É, ela fica ali, de lado, escondida sob todo o turbilhão. Não damos voz a ela, afinal, a razão é irritante quando a paixão fala mais alto.
Mas o processo de desapaixonar-se... Ah, esse é muito mais doce! A gente olha pra trás e vê o tempão que perdeu... E o quanto aprendeu. É... Paixão ensina por meio da dor. Concordo com Deborah Blando: "De tanto que sofre, aumenta". É bem violento! Porém, ao olhar pra trás, a gente acaba rindo de si mesmo. E eu adoro rir, principalmente quando me lembro das minhas paixões... Meu Deus! Legal perceber a adolescência passando e a juventude chegando... Os pés já não flutuam. Estão firmes no chão. E a gente nem acredita como é que a paixão conseguiu ser tão forte...
Não sou contra apaixonar-se, pelo contrário. Adoro "aquele" frio na barriga, "aquele" brilho no olhar, esperar "aquela" ligação.... Mas paixão dá e passa! Quando passa, a razão impera. E somos seres racionais, não é verdade? (Pelo menos, tentamos ser...). A paixão é a pimenta do chocolate. O ardor da doçura. O toque especial ao cotidiano. Mas pode ser que nos faça perder o controle. Isso não é tão interessante.
Enfim, queridos leitores. Trouxe-lhes uma canção bem alegre, capaz de nos fazer refletir sobre nós mesmos. Não sou muito chegada ao sabor da pimenta, mas sei de seu poder. Prefiro continuar com a doçura de um bom chocolate.
E, aproveitando a novelinha do "Vale à pena ver de novo", lá vai outra letra: "Além do arco-íris", versão de Luiza Possi da belíssima canção "Somewhere over the rainbow".
Além do arco-íris
Além do arco-íris
Pode ser
Que alguém veja nos olhos
O que eu não posso ver
Além do arco-íris
Só eu sei
Que o amor poderá mudar
Tudo o que eu sonhei
Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei
A felicidade
Além do arco-íris
Um lugar
Que eu guarde o segredo
Que só eu sei chegar
A luz do arco-íris
Me fez ver
Que o amor dos meus sonhos
Tinha que ser você
O "pote de ouro" encontrado além do arco-íris, em minha interpretação, é um espelho. Um espelho que reflete a mim mesma. Numa palavra, a razão. Enquanto o ser humano não aprender a amar a si mesmo, ele vai se apaixonar, projetando no outro aquele espelho de si próprio.
Bom, como eu estou aprendendo a olhar para mim e enxergar a mim mesma... Adeus, paixões! Que venham as novas... Não por outras pessoas, mas por meus projetos, minha escrita, meu trabalho...
Um beijo, leitores! Gostei de dividir com vocês as minhas reflexões.
Seguem os links das canções:
http://www.youtube.com/watch?v=JtLeEGym33s
http://www.youtube.com/watch?v=5IG7WM9PwtA
Até a próxima postagem!
Vamos à letra:
Chocolate com Pimenta
Um frio queimando
E um calor de chover
O amor dá raiva sem querer
Formiga e cigarra que parecem brigar
Só desejam ser um belo par
Sol e lua
Casa e rua
Luz e sereno
Ying Yang
Ping Pong
Puro e veneno
Chocolate com pimenta
Paixão ciumenta,
Assim violenta,
De tanto que sofre, aumenta
Como eu me identifico com essa música! As paixões da nossa vida nos torna meio... Briguentos. Briguentos, afoitos, trêmulos. Na maior parte das vezes, perdemos a razão. É, ela fica ali, de lado, escondida sob todo o turbilhão. Não damos voz a ela, afinal, a razão é irritante quando a paixão fala mais alto.
Mas o processo de desapaixonar-se... Ah, esse é muito mais doce! A gente olha pra trás e vê o tempão que perdeu... E o quanto aprendeu. É... Paixão ensina por meio da dor. Concordo com Deborah Blando: "De tanto que sofre, aumenta". É bem violento! Porém, ao olhar pra trás, a gente acaba rindo de si mesmo. E eu adoro rir, principalmente quando me lembro das minhas paixões... Meu Deus! Legal perceber a adolescência passando e a juventude chegando... Os pés já não flutuam. Estão firmes no chão. E a gente nem acredita como é que a paixão conseguiu ser tão forte...
Não sou contra apaixonar-se, pelo contrário. Adoro "aquele" frio na barriga, "aquele" brilho no olhar, esperar "aquela" ligação.... Mas paixão dá e passa! Quando passa, a razão impera. E somos seres racionais, não é verdade? (Pelo menos, tentamos ser...). A paixão é a pimenta do chocolate. O ardor da doçura. O toque especial ao cotidiano. Mas pode ser que nos faça perder o controle. Isso não é tão interessante.
Enfim, queridos leitores. Trouxe-lhes uma canção bem alegre, capaz de nos fazer refletir sobre nós mesmos. Não sou muito chegada ao sabor da pimenta, mas sei de seu poder. Prefiro continuar com a doçura de um bom chocolate.
E, aproveitando a novelinha do "Vale à pena ver de novo", lá vai outra letra: "Além do arco-íris", versão de Luiza Possi da belíssima canção "Somewhere over the rainbow".
Além do arco-íris
Além do arco-íris
Pode ser
Que alguém veja nos olhos
O que eu não posso ver
Além do arco-íris
Só eu sei
Que o amor poderá mudar
Tudo o que eu sonhei
Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei
A felicidade
Além do arco-íris
Um lugar
Que eu guarde o segredo
Que só eu sei chegar
A luz do arco-íris
Me fez ver
Que o amor dos meus sonhos
Tinha que ser você
O "pote de ouro" encontrado além do arco-íris, em minha interpretação, é um espelho. Um espelho que reflete a mim mesma. Numa palavra, a razão. Enquanto o ser humano não aprender a amar a si mesmo, ele vai se apaixonar, projetando no outro aquele espelho de si próprio.
Bom, como eu estou aprendendo a olhar para mim e enxergar a mim mesma... Adeus, paixões! Que venham as novas... Não por outras pessoas, mas por meus projetos, minha escrita, meu trabalho...
Um beijo, leitores! Gostei de dividir com vocês as minhas reflexões.
Seguem os links das canções:
http://www.youtube.com/watch?v=JtLeEGym33s
http://www.youtube.com/watch?v=5IG7WM9PwtA
Até a próxima postagem!
sábado, 15 de setembro de 2012
"O Rio de Janeiro continua lindo..."
Leitores queridos, após um longo período sem escrever, retomo meu blog com uma música que adoro: "Aquele abraço", composição de Gilberto Gil.
O Rio de Janeiro continua lindo
o Rio de Janeiro continua sendo
o rio de janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, Realengo... Aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo... Aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens do terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha... Velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha... Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha... Velho palhaço
Alô, alô, Teresinha... Aquele abraço!
Alô, moça da favela... Aquele abraço!
Todo mundo da Portela... Aquele abraço!
Todo mês de fevereiro... Aquele passo
Alô, banda de Ipanema... Aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo
eu mesmo traço
A Bahia já me deu
régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu... Aquele abraço!
Pra você que me esqueceu... Aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro... Aquele abraço!
Todo povo brasileiro... Aquele abraço!
Gil escreveu essa linda canção no ano de 1972, quando o Brasil estava em regime militar. O artista encontrava-se no exílio, em Londres.
Exílio... Essa palavra me faz lembrar de um poema romântico de Gonçalves Dias, "Canção do Exílio", publicado no ano de 1847. Segue a primeira estrofe:
"Minha terra tem palmeiras
onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam
não gorjeiam como lá."
Ambas as composições tem uma característica saudosista, nostálgica...
Mas "Aquele abraço" soa bastante alegre. Afinal, as belezas do Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, não são poucas.
Como é triste acompanhar o noticiário sobre o Rio... Meu Deus, só ficamos sabendo da violência, das chacinas, da corrupção, do tráfico de drogas... Será que é apenas isso que a terra do Cristo Redentor nos apresenta? Cadê as belezas do Rio? Faz tempo já não ouço falar delas... Isso sim é bastante triste.
Nada nesse mundo tem apenas um lado, uma única versão dos fatos. Nada, nem ninguém. Não ignoro a violência que mancha de vermelho a cidade. Apenas prefiro pensar que... Mesmo debaixo de tanta sujeira... O Rio de Janeiro... Continua lindo.
E se Gilberto Gil conseguiu cantar as belezas cariocas nos anos de chumbo, por que nós temos que seguir com essa visão estreita e amedrontada da cidade? Afinal, querendo ou não, somos a sede esportiva do mundo nos próximos anos, em 2014 e 2016. O Rio ficará bonito pra inglês ver ou pro povo brasileiro apreciá-lo? Já estou começando a pensar... Enquanto a solução dos problemas do mundo não aparece... Que tal escutarmos a versão acústica da referida canção? Segue o link do vídeo.
Um beijo e um abraço bem caloroso aos meus queridos leitores. Gente, tô de volta!
<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br />Este obra de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://meu-eu-musical.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">http://meu-eu-musical.blogspot.com.br/</a>, foi licenciado sob uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.
<a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR"><img alt="Licença Creative Commons" style="border-width:0" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/3.0/88x31.png" /></a><br />Este obra de <a xmlns:cc="http://creativecommons.org/ns#" href="http://meu-eu-musical.blogspot.com.br/" property="cc:attributionName" rel="cc:attributionURL">http://meu-eu-musical.blogspot.com.br/</a>, foi licenciado sob uma Licença <a rel="license" href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/deed.pt_BR">Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada</a>.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
"O canto dessa cidade é meu"
Deixando a tristeza de lado, volto aqui para falar de uma das cantoras que mais me emocionam na vida, desde pequenininha: Daniela Mercury (Já estou emocionada).
Essa grande cantora baiana é um tanto versátil. Abraça a cultura negra do Ilê Ayê, bloco afro, divulga o samba reggae da Bahia, canta as alegrias do carnaval, seja no batuque ou na batida eletrônica. Uma artista multicultural.
Pude comprovar sua versatilidade ao ganhar o DVD "Canibália - Ritmos do Brasil" de minha prima-irmã Dani, xará da minha querida compositora. Assisti ao DVD na noite do meu aniversário e, extasiada em frente à televisão, só chorava. Que show maravilhoso! Daniela Mercury, em pleno Reveillon de Copacabana dançou, cantou e interpretou a música baiana com a banda de samba reggae Dindá, abriu seu palco para a escola de samba Unidos da Tijuca, para o Festival de Parintins (Amazônia) e o Boi Garantido, e o grupo musical Afro Lata, enfim, deu espaço para a alegria e a música que vem de cada cantinho do Brasil. É emocionante assistir a dois milhões de pessoas cantando e pulando sob o comando da cantora baiana.
Pesquisando informações em seu site oficial para compartilhar com vocês, descobri que Daniela tem obras sociais em Salvador e no Estado da Bahia. Há, de sua parte, uma grande preocupação com a educação dos brasileirinhos, em especial, com a arte: aulas de música, dança e artes plásticas para jovens e crianças no Instituto Sol da Liberdade. Além disso, é embaixadora da Unicef no Brasil e do Instituto Ayrton Senna. Não estamos falando de uma simples cantora de axé. Essa mulher ajuda a construir o futuro do Brasil.
Minha relação com Dani Mercury já existe há um bom tempo... Em 1994, minha mãe adquiriu (ou ganhou, não me lembro direito) o vinil - sim, o vinil - "O canto da cidade", aquele das luvas vermelha e azul. Eu e Cecília ouvíamos muito, todos os dias. Em 1996, num almoço em uma churrascaria, mamãe deu à Céci a fita K7 "Música de Rua". Ah, que alegria era ouvir aquela fita... Em seu aniversário, Céci foi presenteada com o CD homônimo. Aí as coisas melhoraram! Cada música legal: "Vulcão da liberdade", "Por amor ao Ilê", "Alegria ocidental", "O reggae e o mar"... Céci, você se lembra de como a gente se esguelava cantando essas músicas? Mais tarde, ganhamos o "Sol da liberdade", com o hit "Ilê Pérola Negra", música linda, que exalta o negro e sua cultura. Depois veio a fase eletrônica. Minha canção preferida era "Mutante", ouvia sem parar.
Os sucessos que mais gosto, além dos já citados, são "Swing da cor", "Música de rua", "Minas com Bahia", "Só pra te mostrar", "Tá no batuque", "Levada brasileira", incrível, "Rapunzel", "O mais belo dos belos", música que lembra bastante minha viagem a Porto Seguro no fim do ano passado, "Maimbê Dandá" (quantas vezes já não dancei essa música atrás do trio elétrico)... UAU! Será que sou fã, gente? Só um pouquinho, né?! Mas se eu pudesse eleger uma preferida, seria "Trio metal", que contém um dos versos mais lindos da música brasileira, na minha modesta opinião: "Ter um futuro aquecido num gerador de estrelas". Esse verso se relaciona muito bem com emoção, alegria, trio elétrico, tudo o que eu amo e sempre amei nessa vida: carnaval baiano. Há também uma homenagem aos mestres precursores da folia baiana: Armandinho, Dodô e Osmar. É de arrepiar!
A letra que escolhi postar é da canção que marcou o início do sucesso de Dani: "O canto da cidade", de 1992. O vídeo é comemorativo dos 15 anos dessa canção, gravado no Festival de Verão de Salvador, em 2008. Dani aparece com as famosas luvinhas vermelha e azul e chora, feito criança, ao ouvir o público cantar sua música. Toda vez que eu assisto ao vídeo, também caio no choro, é inevitável.
O canto da cidade
A cor dessa cidade sou eu
O canto dessa cidade é meu
O gueto, a rua, a fé
Eu vou cantando a pé
Pela cidade, bonita
O toque do afoxé
E a força, de onde vem
Ninguém explica
Ela é bonita
Uô ô
Verdadeiro amor
Uô ô
Você vai onde eu vou
Não diga que não me quer
Não diga que não quer mais
Eu sou o silêncio da noite
O sol da manhã
Mil voltas que o mundo tem
Mas tem um ponto final
Eu sou o primeiro que canta
Eu sou o carnaval
http://www.youtube.com/watch?v=BwCdDMb2yRk
Se tudo der certo, passarei meu próximo carnaval na capital baiana. Quero realizar o sonho de sair no bloco Crocodilo, dançando, cantando e chorando ao som de Daniela Mercury. Quem quer ir comigo?
Beijo, leitores queridos!
Essa grande cantora baiana é um tanto versátil. Abraça a cultura negra do Ilê Ayê, bloco afro, divulga o samba reggae da Bahia, canta as alegrias do carnaval, seja no batuque ou na batida eletrônica. Uma artista multicultural.
Pude comprovar sua versatilidade ao ganhar o DVD "Canibália - Ritmos do Brasil" de minha prima-irmã Dani, xará da minha querida compositora. Assisti ao DVD na noite do meu aniversário e, extasiada em frente à televisão, só chorava. Que show maravilhoso! Daniela Mercury, em pleno Reveillon de Copacabana dançou, cantou e interpretou a música baiana com a banda de samba reggae Dindá, abriu seu palco para a escola de samba Unidos da Tijuca, para o Festival de Parintins (Amazônia) e o Boi Garantido, e o grupo musical Afro Lata, enfim, deu espaço para a alegria e a música que vem de cada cantinho do Brasil. É emocionante assistir a dois milhões de pessoas cantando e pulando sob o comando da cantora baiana.
Pesquisando informações em seu site oficial para compartilhar com vocês, descobri que Daniela tem obras sociais em Salvador e no Estado da Bahia. Há, de sua parte, uma grande preocupação com a educação dos brasileirinhos, em especial, com a arte: aulas de música, dança e artes plásticas para jovens e crianças no Instituto Sol da Liberdade. Além disso, é embaixadora da Unicef no Brasil e do Instituto Ayrton Senna. Não estamos falando de uma simples cantora de axé. Essa mulher ajuda a construir o futuro do Brasil.
Minha relação com Dani Mercury já existe há um bom tempo... Em 1994, minha mãe adquiriu (ou ganhou, não me lembro direito) o vinil - sim, o vinil - "O canto da cidade", aquele das luvas vermelha e azul. Eu e Cecília ouvíamos muito, todos os dias. Em 1996, num almoço em uma churrascaria, mamãe deu à Céci a fita K7 "Música de Rua". Ah, que alegria era ouvir aquela fita... Em seu aniversário, Céci foi presenteada com o CD homônimo. Aí as coisas melhoraram! Cada música legal: "Vulcão da liberdade", "Por amor ao Ilê", "Alegria ocidental", "O reggae e o mar"... Céci, você se lembra de como a gente se esguelava cantando essas músicas? Mais tarde, ganhamos o "Sol da liberdade", com o hit "Ilê Pérola Negra", música linda, que exalta o negro e sua cultura. Depois veio a fase eletrônica. Minha canção preferida era "Mutante", ouvia sem parar.
Os sucessos que mais gosto, além dos já citados, são "Swing da cor", "Música de rua", "Minas com Bahia", "Só pra te mostrar", "Tá no batuque", "Levada brasileira", incrível, "Rapunzel", "O mais belo dos belos", música que lembra bastante minha viagem a Porto Seguro no fim do ano passado, "Maimbê Dandá" (quantas vezes já não dancei essa música atrás do trio elétrico)... UAU! Será que sou fã, gente? Só um pouquinho, né?! Mas se eu pudesse eleger uma preferida, seria "Trio metal", que contém um dos versos mais lindos da música brasileira, na minha modesta opinião: "Ter um futuro aquecido num gerador de estrelas". Esse verso se relaciona muito bem com emoção, alegria, trio elétrico, tudo o que eu amo e sempre amei nessa vida: carnaval baiano. Há também uma homenagem aos mestres precursores da folia baiana: Armandinho, Dodô e Osmar. É de arrepiar!
A letra que escolhi postar é da canção que marcou o início do sucesso de Dani: "O canto da cidade", de 1992. O vídeo é comemorativo dos 15 anos dessa canção, gravado no Festival de Verão de Salvador, em 2008. Dani aparece com as famosas luvinhas vermelha e azul e chora, feito criança, ao ouvir o público cantar sua música. Toda vez que eu assisto ao vídeo, também caio no choro, é inevitável.
O canto da cidade
A cor dessa cidade sou eu
O canto dessa cidade é meu
O gueto, a rua, a fé
Eu vou cantando a pé
Pela cidade, bonita
O toque do afoxé
E a força, de onde vem
Ninguém explica
Ela é bonita
Uô ô
Verdadeiro amor
Uô ô
Você vai onde eu vou
Não diga que não me quer
Não diga que não quer mais
Eu sou o silêncio da noite
O sol da manhã
Mil voltas que o mundo tem
Mas tem um ponto final
Eu sou o primeiro que canta
Eu sou o carnaval
http://www.youtube.com/watch?v=BwCdDMb2yRk
Se tudo der certo, passarei meu próximo carnaval na capital baiana. Quero realizar o sonho de sair no bloco Crocodilo, dançando, cantando e chorando ao som de Daniela Mercury. Quem quer ir comigo?
Beijo, leitores queridos!
segunda-feira, 16 de julho de 2012
"What the people need is a way to make 'em smile"
Leitores queridos, estou com saudade de vocês! Volto a postar nessa segunda-feira chuvosa aqui em São Paulo. Essa chuva ajuda a gente a pensar...
Pelo título, podem perceber que farei minha estreia com música gringa por aqui. Escolhi a canção "Listen to the music", da banda Dobie Brothers, de 1972. Além de ser uma música alegre, (músicas alegres me fazem um bem danado), pra mim é especial por me fazer lembrar do meu papai. Ele escutava direto quando eu era pirralha... Só não me lembro se em vinil ou fita K7... Enfim, é dessas canções que marcam!
Listen to the music
Don't you feel it growning
Day by day
People get ready for the news
Some are happy, some are sad
Oh, we got let the music play
What the people need
Is a way to make 'em smile
It ain't so hard to do if you know how
Gotta get a message
Get it on through
Oh, now mama's go'n after while
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
Well I know, you know better
Everything I say
Meet me in the country for a day
We'll be happy
And we'll dance
Oh, we're gonna dance our blues away
If I'm feelin' good to you
And you're feelin' good to me
There ain't nothin' we can't do or say
Feelin' good, feelin' fine
Oh, baby, let the music play
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
Like a lazy flowing river
Sorrounding castles in the sky
And the crow is growing bigger
Listn'nin' for the happy sounds
And I got to let them fly
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
http://www.youtube.com/watch?v=a_eNqPZYZoA
O clipe é bem legal, meio hiponga.... Os músicos aparecem de cabelos e barbas longas, roupas meio psicodélicas, faixas coloridas na cabeça... Quando a gente assiste, faz uma viagem no túnel do tempo, caindo direto nos anos 70! Tem uma curiosidade muito interessante: Na canção há dois bateristas! Eu nunca tinha visto isso, alguém aí já?! Acho que os anos setenta ainda tem muito pra nos ensinar!
Essa canção me traz à memória boas lembranças, como eu disse, meu pai ouvia bastante em casa - e a gente ouvia por tabela. Especialmente nesse início de semana fria e chuvosa foi importante ouvi-la. Nos últimos quinze dias, estive doente, acamada e muito triste. É como dizem, quando nossa cabeça não vai bem, o resto do corpo também emperra! Todos temos momentos difíceis na vida, às vezes não damos conta, o mal pode estar além de nossa capacidade de combatê-lo. Estou falando disso agora porque tenho forças o suficiente pra compartilhar com vocês. Não entrarei em detalhes sobre o que me derrubou, não vale à pena. O que me deu forças pra me reerguer? Música. Ouvir esta canção hoje de manhã mudou meu astral! Como diz o título do post, as pessoas precisam de um motivo que as faça sorrir. Seja ele um caminho, uma palavra, um abraço... Há dias mais tristes que outros, quando eles chegam, nada disso parece funcionar. Experiência própria: Tentem ouvir uma boa canção, aquela que traz alegrias à tona. É um bom remédio e pra mim funcionou. Hoje não me sinto triste, pelo contrário. Já estou numa fase de reflexão e quero dividir com vocês o lado positivo de dar a volta por cima.
Nessa segunda-feira chuvosa, só poderia postar "Listen to the music". Foi ela que me deu o "empurrãozinho" que faltava pro início da semana! Além de me alegrar, ajudou-me a produzir. As letras das músicas que aparecem aqui, leitores, não são "copia-e-cola", simplesmente. Eu ouço cada verso e vou escrevendo... Em inglês a tarefa fica mais complicada, principalmente porque esta música tem várias abreviações. Mas enquanto produzo, o tempo passa mais rapidamente e não o perco com tristezas desnecessárias. Mais um ponto positivo pra minha canção escolhida!
É isso, gente. Produzir sempre, colocar a mente para trabalhar.... Isso nos ajuda a lidar de um jeito mais fácil com esses dias cinzentos. Uma ótima semana pra todos nós. Vamos à luta, ganhar o dia, de preferência, ouvindo música de qualidade!
Beijos!
Pelo título, podem perceber que farei minha estreia com música gringa por aqui. Escolhi a canção "Listen to the music", da banda Dobie Brothers, de 1972. Além de ser uma música alegre, (músicas alegres me fazem um bem danado), pra mim é especial por me fazer lembrar do meu papai. Ele escutava direto quando eu era pirralha... Só não me lembro se em vinil ou fita K7... Enfim, é dessas canções que marcam!
Listen to the music
Don't you feel it growning
Day by day
People get ready for the news
Some are happy, some are sad
Oh, we got let the music play
What the people need
Is a way to make 'em smile
It ain't so hard to do if you know how
Gotta get a message
Get it on through
Oh, now mama's go'n after while
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
Well I know, you know better
Everything I say
Meet me in the country for a day
We'll be happy
And we'll dance
Oh, we're gonna dance our blues away
If I'm feelin' good to you
And you're feelin' good to me
There ain't nothin' we can't do or say
Feelin' good, feelin' fine
Oh, baby, let the music play
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
Like a lazy flowing river
Sorrounding castles in the sky
And the crow is growing bigger
Listn'nin' for the happy sounds
And I got to let them fly
Oh, oh, oh, listen to the music
All the time
http://www.youtube.com/watch?v=a_eNqPZYZoA
O clipe é bem legal, meio hiponga.... Os músicos aparecem de cabelos e barbas longas, roupas meio psicodélicas, faixas coloridas na cabeça... Quando a gente assiste, faz uma viagem no túnel do tempo, caindo direto nos anos 70! Tem uma curiosidade muito interessante: Na canção há dois bateristas! Eu nunca tinha visto isso, alguém aí já?! Acho que os anos setenta ainda tem muito pra nos ensinar!
Essa canção me traz à memória boas lembranças, como eu disse, meu pai ouvia bastante em casa - e a gente ouvia por tabela. Especialmente nesse início de semana fria e chuvosa foi importante ouvi-la. Nos últimos quinze dias, estive doente, acamada e muito triste. É como dizem, quando nossa cabeça não vai bem, o resto do corpo também emperra! Todos temos momentos difíceis na vida, às vezes não damos conta, o mal pode estar além de nossa capacidade de combatê-lo. Estou falando disso agora porque tenho forças o suficiente pra compartilhar com vocês. Não entrarei em detalhes sobre o que me derrubou, não vale à pena. O que me deu forças pra me reerguer? Música. Ouvir esta canção hoje de manhã mudou meu astral! Como diz o título do post, as pessoas precisam de um motivo que as faça sorrir. Seja ele um caminho, uma palavra, um abraço... Há dias mais tristes que outros, quando eles chegam, nada disso parece funcionar. Experiência própria: Tentem ouvir uma boa canção, aquela que traz alegrias à tona. É um bom remédio e pra mim funcionou. Hoje não me sinto triste, pelo contrário. Já estou numa fase de reflexão e quero dividir com vocês o lado positivo de dar a volta por cima.
Nessa segunda-feira chuvosa, só poderia postar "Listen to the music". Foi ela que me deu o "empurrãozinho" que faltava pro início da semana! Além de me alegrar, ajudou-me a produzir. As letras das músicas que aparecem aqui, leitores, não são "copia-e-cola", simplesmente. Eu ouço cada verso e vou escrevendo... Em inglês a tarefa fica mais complicada, principalmente porque esta música tem várias abreviações. Mas enquanto produzo, o tempo passa mais rapidamente e não o perco com tristezas desnecessárias. Mais um ponto positivo pra minha canção escolhida!
É isso, gente. Produzir sempre, colocar a mente para trabalhar.... Isso nos ajuda a lidar de um jeito mais fácil com esses dias cinzentos. Uma ótima semana pra todos nós. Vamos à luta, ganhar o dia, de preferência, ouvindo música de qualidade!
Beijos!
sexta-feira, 6 de julho de 2012
"América, bem vinda à favela!"
O título do post remete a uma das faixas de comemoração da Libertadores que eu vi em meio à torcida corintiana. Adorei essa frase, ela faz jus à massa que vibra com o Corinthians e que jamais o abandona, nem mesmo nos momentos de crise. Isso é que é paixão! Gente, não sou corintiana nem nada, mas tenho que admitir: ver a festa do "bando de louco" na última quarta, em que o Corinthians conquistou a Taça da Libertadores da América pela primeira vez, foi emocionante! Há quantos anos esse grito estava preso na garganta, não é, corintianos? Aproveito a oportunidade para falar da relação do Corinthians e da emoção que sinto quando acompanho as finais de campeonatos. Sim, só vejo as finais, o que já considero uma evolução! Antigamente não sabia nem os nomes das disputas... Fui daquelas crianças que torcia pro Brasil. Seleção e time? Qual a diferença pra uma menina de cinco aninhos? Minha mãe, completamente apaixonada por futebol, tratou de desfazer a confusão.
Vamos à ao hino do clube? A letra, do radialista Lauro D'Ávila, é de 1952.
Hino do Corinthians
Salve o Corinthians
O campeão dos campeões
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians
De tradições e glórias mil
Tu és o orgulho
Dos esportistas do Brasil
Teu passado é uma bandeira
Teu presente, uma lição
Figuraste entre os primeiros
Do nosso esporte bretão
Corinthians grande
Sempre altaneiro
És do Brasil
O clube mais brasileiro
http://www.youtube.com/watch?v=s6wNfViGJb8
A versão do vídeo é da escola de samba Gaviões da Fiel, um "sambão" bem alegre!
O Timão é defendido por vários amigos e parentes meus. Pai, irmão, tio, pitbull do tio, primos... Todos corintianos roxos! Sempre têm que aguentar as piadinhas que fazem do clube, mas a maior delas morreu na quarta: agora o "curintia" tem a Libertadores!
Eu gosto muito de observar a alegria do povo que torce para seu time de coração. O futebol brasileiro é um esporte popular que dá margem a todas as emoções: raiva, tristeza, dor, alegria, conquista... Em uma palavra: celebração! Deixando muitas questões de lado, como violência, torcidas organizadas, preconceito, quero falar da torcida fiel que acompanha o Corinthians, essa nação alvinegra de milhões e milhões de torcedores que jurou jamais abandonar o time, mesmo quando do rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2007. Ou da torcida que arrebentou o alambrado de um estádio junto com o craque Ronaldo, em seu primeiro gol pelo Paulistão em 2009. Ah, jamais me esquecerei desse dia, foi minha primeira tarde de domingo sozinha na república. Não sei, até hoje, se chorei mais com a emoção da vibração incontida do gol ou por me ver só no apartamento. Hoje rio dessa situação!
Em 2011 , a nação alvinegra comemorou o título do Brasileirão em meio a uma terrível dor: No dia da final, morreu o ídolo da nação corintiana, Sócrates, o Doutor, que levou à loucura os torcedores na década de 80. O jogador também defendeu a seleção canarinha. Sócrates era versado em política: Lutou pela campanha das Diretas Já, que reivindicava as eleições diretas para o presidente do Brasil, e pelo movimento da Democracia Corintiana, que visava à conquista de maior autonomia nas decisões do clube. Apesar de sua doença, o alcoolismo, Sócrates era uma pessoa bem humorada, humilde, inteligente e que soube lutar pelo direito do próximo. Há vídeos de Sócrates e o irmão, Raí, ídolo do São Paulo, no Youtube. Em um deles, Sócrates canta o hino corintiano e Raí tampa os ouvidos, numa clima bastante alegre, descontraído. No dia da morte do Doutor, antes de a bola começar a rolar, jogadores corintianos e palmeirenses, além de ambas as torcidas, imitaram o gesto de Sócrates quando ele fazia gols, num minuto de silêncio. Foi uma bela homenagem. Eu me lembro que nas redes sociais circulou uma frase atribuída ao jogador. Não sei se a origem procede, mas vou reproduzi-la simplesmente por achá-la linda: "Eu vou morrer no dia em que o Corinthians for campeão!" Gostaram? Ela é bastante forte...
A paixão da torcida é algo contagiante. Mesmo sem ter um clube do coração, vibrei ao ver o jogo do Coringão na quarta-feira. Quanta emoção ao ouvir os hinos da torcida, suas bandeiras e faixas, aliás, uma delas representou minha cidade, a "Fiel Capivari". E a frase que bombou nas redes sociais, "jogai por nós"? Clara a semelhança com a súplica religiosa "Rogai por nós", contida em uma linda oração a Ave Maria. Há uma conotação religiosa, acredito eu, quando olhamos sob a perspectiva da fé que a torcida deposita nos jogadores de seu time.
OK, concordo que rojões e fogos de artifício são muito, muito, muito irritantes, até porque tenho três cachorros em casa e vejo como eles ficam doidinhos! Mas é interessante ver milhões e milhões de pessoas comemorando em uníssono. As pessoas passam a ser uma coletividade. Só estando do lado de dentro do estádio pra entender toda a emoção que se passa.
Não me emocionei apenas na última quarta-feira. Em finais de Brasileirão, já chorei com o São Paulo, Flamengo e Fluminense e com Santos e Corinthians na Libertadores. O que vale pra mim é ver a alegria da torcida! Por trabalhar na biblioteca de educação física e esporte da USP e por 2012 ser um ano olímpico, sinto-me mais próxima das modalidades esportivas e do bem que elas podem trazer à vida das pessoas.
Um beijo pra você, corintiano, pra você, não corintiano e até pra você, anti corintiano. No meu blog tem espaço pra todo mundo! E que todos os clubes brasileiros encham seus torcedores de orgulho, sempre!
Vamos à ao hino do clube? A letra, do radialista Lauro D'Ávila, é de 1952.
Hino do Corinthians
Salve o Corinthians
O campeão dos campeões
Eternamente
Dentro dos nossos corações
Salve o Corinthians
De tradições e glórias mil
Tu és o orgulho
Dos esportistas do Brasil
Teu passado é uma bandeira
Teu presente, uma lição
Figuraste entre os primeiros
Do nosso esporte bretão
Corinthians grande
Sempre altaneiro
És do Brasil
O clube mais brasileiro
http://www.youtube.com/watch?v=s6wNfViGJb8
A versão do vídeo é da escola de samba Gaviões da Fiel, um "sambão" bem alegre!
O Timão é defendido por vários amigos e parentes meus. Pai, irmão, tio, pitbull do tio, primos... Todos corintianos roxos! Sempre têm que aguentar as piadinhas que fazem do clube, mas a maior delas morreu na quarta: agora o "curintia" tem a Libertadores!
Eu gosto muito de observar a alegria do povo que torce para seu time de coração. O futebol brasileiro é um esporte popular que dá margem a todas as emoções: raiva, tristeza, dor, alegria, conquista... Em uma palavra: celebração! Deixando muitas questões de lado, como violência, torcidas organizadas, preconceito, quero falar da torcida fiel que acompanha o Corinthians, essa nação alvinegra de milhões e milhões de torcedores que jurou jamais abandonar o time, mesmo quando do rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, em 2007. Ou da torcida que arrebentou o alambrado de um estádio junto com o craque Ronaldo, em seu primeiro gol pelo Paulistão em 2009. Ah, jamais me esquecerei desse dia, foi minha primeira tarde de domingo sozinha na república. Não sei, até hoje, se chorei mais com a emoção da vibração incontida do gol ou por me ver só no apartamento. Hoje rio dessa situação!
Em 2011 , a nação alvinegra comemorou o título do Brasileirão em meio a uma terrível dor: No dia da final, morreu o ídolo da nação corintiana, Sócrates, o Doutor, que levou à loucura os torcedores na década de 80. O jogador também defendeu a seleção canarinha. Sócrates era versado em política: Lutou pela campanha das Diretas Já, que reivindicava as eleições diretas para o presidente do Brasil, e pelo movimento da Democracia Corintiana, que visava à conquista de maior autonomia nas decisões do clube. Apesar de sua doença, o alcoolismo, Sócrates era uma pessoa bem humorada, humilde, inteligente e que soube lutar pelo direito do próximo. Há vídeos de Sócrates e o irmão, Raí, ídolo do São Paulo, no Youtube. Em um deles, Sócrates canta o hino corintiano e Raí tampa os ouvidos, numa clima bastante alegre, descontraído. No dia da morte do Doutor, antes de a bola começar a rolar, jogadores corintianos e palmeirenses, além de ambas as torcidas, imitaram o gesto de Sócrates quando ele fazia gols, num minuto de silêncio. Foi uma bela homenagem. Eu me lembro que nas redes sociais circulou uma frase atribuída ao jogador. Não sei se a origem procede, mas vou reproduzi-la simplesmente por achá-la linda: "Eu vou morrer no dia em que o Corinthians for campeão!" Gostaram? Ela é bastante forte...
A paixão da torcida é algo contagiante. Mesmo sem ter um clube do coração, vibrei ao ver o jogo do Coringão na quarta-feira. Quanta emoção ao ouvir os hinos da torcida, suas bandeiras e faixas, aliás, uma delas representou minha cidade, a "Fiel Capivari". E a frase que bombou nas redes sociais, "jogai por nós"? Clara a semelhança com a súplica religiosa "Rogai por nós", contida em uma linda oração a Ave Maria. Há uma conotação religiosa, acredito eu, quando olhamos sob a perspectiva da fé que a torcida deposita nos jogadores de seu time.
OK, concordo que rojões e fogos de artifício são muito, muito, muito irritantes, até porque tenho três cachorros em casa e vejo como eles ficam doidinhos! Mas é interessante ver milhões e milhões de pessoas comemorando em uníssono. As pessoas passam a ser uma coletividade. Só estando do lado de dentro do estádio pra entender toda a emoção que se passa.
Não me emocionei apenas na última quarta-feira. Em finais de Brasileirão, já chorei com o São Paulo, Flamengo e Fluminense e com Santos e Corinthians na Libertadores. O que vale pra mim é ver a alegria da torcida! Por trabalhar na biblioteca de educação física e esporte da USP e por 2012 ser um ano olímpico, sinto-me mais próxima das modalidades esportivas e do bem que elas podem trazer à vida das pessoas.
Um beijo pra você, corintiano, pra você, não corintiano e até pra você, anti corintiano. No meu blog tem espaço pra todo mundo! E que todos os clubes brasileiros encham seus torcedores de orgulho, sempre!
quinta-feira, 28 de junho de 2012
"Era noite de São João..."
Leitores que me acompanham... Mais uma vez peço perdão pela demora dos posts... Vocês sabem... Fim de semestre é uma loucura desenfreada! Finalmente ele acabou, agora aguardo as notas. Desejem-me - boa - sorte!
Sim, o São João já passou. Mas não tem como não falar desse dia tão importante e festivo para o Brasil! Festas juninas, de maneira geral, são comemorações que agradam a todas as pessoas de todas as idades, vocês já repararam nisso? Em nosso país, que adora uma festa, cidades nordestinas param e realizam as maiores festas juninas do planeta! Um dia ainda passarei o São João em Campina Grande ou Caruaru... Que sonho! Mas enquanto não posso realizá-lo, sexta-feira vou pra festa junina da minha faculdade mesmo, que também é sucesso!
Vocês imaginam que escolhi uma canção nordestina para celebrar a data, certo? Errado! Hoje vamos lá pro Rio Grande do Sul, Pelotas, cidade de Kleiton e Kledir, dupla incrível que também conheci com meus pais. A música "Noite de São João" de 1981 é muito... Fofa! Acho que esse é o melhor adjetivo para defini-la. Executada em piano, não há como ser diferente, não é?
Noite de São João
Era noite de São João
E eu saía com meu irmão
De bigode de rolha
E chapéu novo em folha
Brim coringa e alpargata
Toda noite de São João
Eu sonhava em pegar na mão
De uma prenda bonita
Um vestido de chita
E maria-chiquinha
Soltando foguetchê
Pulando fogueirá
Era noite de São João
Toda noite de São João
A quermesse era um festão
Bandeirinhas no arame
De papel celofane
Pau de sebo e de fita
Era noite de São João
E depois de comer pinhão
Vinha pé-de-moleque
Puxa-puxa e um pileque
De caninha ou de quentão
Soltando foguetchê
Pulando fogueirá
Era noite de São João
Era noite de São João
Cordeona com violão
Esquentavam as moça
E eu nesse bate-coxa
Não podia me segurar
Toda noite de São João
Eu voava que nem balão
Namorava as estrelas
Que são primas terceiras
E afilhadas de São João
Soltando foguetchê
Pulando fogueirá
Era noite de São João
http://www.youtube.com/watch?v=bAOle-FM3tc
Escolhi a versão do DVD ao vivo. O público participa bastante da canção... Mas não mais do que o pessoal da minha casa quando assistimos ao DVD! Pai, mãe, tios, irmãos, primos... Todo mundo sai cantando! Divertidíssimo!
Essa atmosfera de festa junina remete à infância. Não é à toa que os verbos da música estão no pretérito imperfeito: Naquele tempo, "a quermesse era um festão"... Essa utilização marca as lembranças de um tempo que já se passou, mas que permanece vivo na memória. Confesso que também tenho mil lembranças: Os ensaios in-ter-mi-ná-veis da quadrilha (todo mundo já nasce sabendo dançar quadrilha... Mas se a gente faz direitinho na escola, não consegue matar a próxima aula! Quem nunca adiou os ensaios no colégio?), correio elegante (quanta ansiedade pra receber um bilhetinho), pescaria, jogos... Que delícia!!!! Festa junina é festa boa pra gente comer todas aquelas comidas típicas... E beber também, afinal está tão frio... Vinho quente e quentão caem muitíssimo bem!
Acho que temos que valorizar a cultura do Brasil. Festa junina é geralmente associada ao Nordeste, mas foi justamente por isso que trouxe pra vocês uma música gaúcha... As doces memórias das noites de São João se espalham por nossas terras de norte a sul.
Beijão bem caipira procês! 'Té a próxima!
quarta-feira, 20 de junho de 2012
"E 'praquele' que provar que eu tô mentindo, eu tiro o meu chapéu"
Ah, Raul... Que gênio, que voz, (que sotaque baiano lindo), que compositor. "Eu nasci há dez mil anos atrás", de 1976, é de sua autoria em parceria com Paulo Coelho. O link do vídeo é do clipe oficial.
Eu nasci há dez mil anos atrás
Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história que era mais ou menos assim:
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
pra pagarem seus pecados
Eu vi
Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes
diante do espelho
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi Conde Drácula sugando o sangue novo
e se esconder atrás da capa
Eu vi
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seu salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
pro Quilombo dos Palmares
Eu vi
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi o sangue que corria da montanha
quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada
numa cama de campanha
Eu li
Eu li os símbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
E quando todos praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E praquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
http://www.youtube.com/watch?v=3j2x29Lymtc
Tenho muitas coisas legais pra dizer, mas... Quero fazer diferente hoje. Como meus queridos leitores sempre contam histórias bacanas em toda nova postagem, quero que vocês façam os comentários dessa canção: O que sentem ao ouvi-la? Gostam? Não gostam? Há lembranças? O que acham do clipe? É um exercício diferente, vamos lá, participem, comentem, narrem histórias de outras canções de Raul Seixas, contem-me até se não gostam do som dele, vocês não serão condenados por isso, garanto. Quero todo mundo construindo o blog comigo!
Pra vocês, eu tiro o meu chapéu!
Um beijo!
Eu nasci há dez mil anos atrás
Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada
Com uma cuia de esmola e uma viola na mão
O povo parou pra ouvir, ele agradeceu as moedas
E cantou essa música, que contava uma história que era mais ou menos assim:
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi Cristo ser crucificado
O amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo
pra pagarem seus pecados
Eu vi
Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes
diante do espelho
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi Conde Drácula sugando o sangue novo
e se esconder atrás da capa
Eu vi
Eu vi a arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seu salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros pra floresta
pro Quilombo dos Palmares
Eu vi
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu vi o sangue que corria da montanha
quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi o soldado que sonhava com a amada
numa cama de campanha
Eu li
Eu li os símbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança pra poder dançar ciranda
E quando todos praguejavam contra o frio
Eu fiz a cama na varanda
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna
Eu também
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi brilhar no céu
E praquele que provar que eu tô mentindo
Eu tiro o meu chapéu
Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
http://www.youtube.com/watch?v=3j2x29Lymtc
Tenho muitas coisas legais pra dizer, mas... Quero fazer diferente hoje. Como meus queridos leitores sempre contam histórias bacanas em toda nova postagem, quero que vocês façam os comentários dessa canção: O que sentem ao ouvi-la? Gostam? Não gostam? Há lembranças? O que acham do clipe? É um exercício diferente, vamos lá, participem, comentem, narrem histórias de outras canções de Raul Seixas, contem-me até se não gostam do som dele, vocês não serão condenados por isso, garanto. Quero todo mundo construindo o blog comigo!
Pra vocês, eu tiro o meu chapéu!
Um beijo!
sexta-feira, 15 de junho de 2012
“Da manga-rosa quero o gosto e o sumo...”
Meus
queridos leitores, desculpem-me pela demora do post, fim de semestre aperta
bastante a gente, não dá tempo nem de respirar... Finalmente hoje consegui esse
tempinho e voltei para o blog. Estava com saudades!
Voltei
com uma música bastante alegre que eu adoro e sei que
muitos de meus leitores também gostam muito: “Tropicana”, do
grande Alceu Valença, lançada em 1982. Descobri que o nome da canção é “Tropicana” e não “Morena tropicana” como
sempre acreditei que fosse... Pesquisa é tudo nessa vida!
Tropicana
Da
manga-rosa quero o gosto e o sumo
Melão
maduro, sapoti, juá
Jabuticaba
teu olhar noturno
Beijo
travoso de umbu, cajá
Pele
macia é carne de caju
Saliva
doce, doce mel, mel de uruçu
Linda
morena
Fruta
de vez temporana
Caldo
de cana-caiana
Vou
te desfrutar
Linda
morena
Fruta
de vez temporana
Caldo
de cana-caiana
Vem
me desfrutar
Morena
tropicana, eu quero teu sabor, oi, oi, oi, oi
Morena
tropicana, eu quero teu sabor, oi, oi, oi, oi
Esse
post nasceu por sugestão do meu pai. Sábado passado estávamos em casa e
colocamos o “DVD Alceu Valença – Ao Vivo, Em Todos Os Sentidos”. Papai me disse
que essa canção deveria estar no blog. E deveria mesmo! Cá está ela, pai, sua
sugestão foi ótima!
O
vídeo que coloquei pra vocês acompanharem é do DVD. A música fica muito mais
alegre nessa versão, pois Alceu Valença brinca com a plateia, acelera a música
e faz improviso. Incendeia todo mundo! Eu me arrepio quando vejo, dá vontade de
pular pra dentro da tela e ir dançar ao comando do mestre pernambucano. Vale
MUITO à pena vocês conferirem!
Na
música há muitas imagens de sabores tipicamente nordestinos. (Quem me acompanha
aqui no blog já sabe do meu grau de identificação com o Nordeste). Levantei um
pequeno glossário pra vocês entenderem o que são algumas dessas imagens e
sabores – exóticos e deliciosos.
Manga-rosa:
“manga de boa qualidade, perfumada e de casca rosada” (Há outro significado
para manga-rosa, mas definitivamente ele não cabe por aqui...)
Sapoti:
“fruto de árvore tropical bastante adocicado”
Juá:
“fruto do juazeiro, árvore típica da caatinga e do cerrado, que possui copa
extensa”
Umbu:
“fruto azedo” (AMO doce de umbu, ele é verde escuro, lindo e saboroso... Ai,
que saudade da Bahia!)
Cajá:
“fruto da árvore cajazeira, árvore que pode atingir 25 metros de altura”
Uruçu:
“nome vulgar de uma espécie de abelha”
Cana-caiana:
“uma das espécies da cana de açúcar”
Essa
“morena tropicana” me remeteu à “Iracema”, romance de 1865, escrito pelo grande
José de Alencar, não tanto pela proximidade da história, mas sim pela descrição
bastante doce de uma mulher. “Iracema, a virgem dos lábios de mel”. E por falar
em mel, Alencar e Alceu utilizam nomes vulgares para designar abelhas: em
“Iracema” aparece “jati”. Em “Tropicana”, “uruçu.” Além de doce e bela, nossa
“morena tropicana” deve ser desfrutada, conhecida de maneira profunda, para
desabrochar. Sim, rapidamente associamos ao desejo carnal. Mas podemos fugir do
óbvio, sempre.
Por
que não pensamos também na personalidade da morena, em sua alma, que, para
crescer, precisa desabrochar aos olhos do mundo e conhecer sua terra e as
coisas típicas às quais foi comparada? Confesso que nunca havia feito essa
leitura da canção, mas me parece razoável enxergar além das ideias claras e
prontas, principalmente quando se trata de Alceu Valença. As ideias surgem
quando produzimos, então, elas se me apresentam quando escrevo. Não tenho
pretensão alguma de “bater o martelo” e dizer que foi essa a ideia que o
compositor quis nos passar, muito menos de negar o óbvio, o desejo físico pela
mulher. Como aqui é meu espaço – e de vocês também – para criar, posso
especular, simplesmente. Fica sendo apenas uma nova sugestão de leitura e
entendimento. Estejam à vontade pra discordar de mim!
Alceu
Valença é um brilhante compositor que faz parte da minha vida desde que me
entendo por gente, graças a meus pais, que sempre escutaram suas canções.
Aliás, eles têm uma história bastante interessante com essa canção. Pai, mãe,
por que não nos contam? Eu já a conheço, mas meus leitores não. Aproveitem o
espaço e compartilhem com a gente!
Um
beijo bem saboroso pra todos vocês!
quarta-feira, 6 de junho de 2012
"Me dê um abraço, venha me apertar, tô chegando..."
Oi, leitores queridos!
Consegui arrumar um tempinho no meio dessa loucura de final de semestre pra escrever aqui no blog. Na verdade, esse blog virou uma terapia pra mim, um escape... Que eu amo! Hoje estou especialmente feliz, passamos das mil visualizações de página. Sim, leitores, "passamos"! Graças a vocês, que me acompanham, o blog atingiu o feito em pouquíssimo tempo. Muito obrigada!
Hoje, dia seis de junho, véspera do feriado de Corpus Christi, trago a vocês uma música emocionante. Logo mais estarei em casa com os meus, irmãos e cachorros, então consigo falar de chegadas e partidas numa boa. Trata-se de "Encontros e despedidas", composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, de 1985, lançada num disco homônimo. Milton e Brant já estão virando figurinhas carimbadas por aqui, perceberam? Também, quem mandou criarem composições excepcionais? Vamos à letra e ao link do vídeo, colocarei a versão contida no DVD de Maria Rita, que acho mais bonita, mas no Youtube vocês conseguem ver a original, com o grande Milton cantando.
Encontros e Despedidas
Mande notícias do mundo de lá
Diz quem fica
Me dê um abraço
Venha me apertar, tô chegando
Coisa que gosto é poder partir
Sem ter planos
Melhor ainda é poder voltar quando quero
Todos os dias é um vai-e-vem
A vida se repete na estação
Tem gente que chega pra ficar
Tem gente que vai pra nunca mais
Tem gente que vem e quer voltar
Tem gente que vai e quer ficar
Tem gente que veio só olhar
Tem gente a sorrir e a chorar
E assim, chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem
O trem que chega é o mesmo trem da partida
A hora do encontro é também despedida
A plataforma dessa estação é a vida
desse meu lugar
É a vida desse meu lugar
É a vida...
Ish, gente, nem comecei a escrever de verdade e já estou chorando... Ô música linda! Céci, minha irmã e melhor amiga, já havia me sugerido a canção, mas eu guardei pra hoje, véspera de feriado, encontros e despedidas. Eu estou essa noite aqui em São Paulo, mas contando as horas pra ir pra casa, faz algum tempo que não vou e estou com muitas saudades.
Quer coisa mais alegre do que saber que alguém "está pra chegar"? Um amigo, um parente, um amor... É uma ansiedade tão gostosa! E quando a gente vê a pessoa ali, na nossa frente, que alegria! Tudo se transforma em festa!
Ao mesmo tempo, é tão triste é a partida dessa pessoa... Enfrentaremos isso mais uma vez nesse domingo. Dá um aperto, não dá? Domingo, pra mim, é mais triste por esse motivo, é cruel partir e deixar a família pra trás. Como minha mãe sempre diz, "domingo é um dia morto". Inconscientemente, talvez por isso, há um ano eu me matriculo nas disciplinas da faculdade segunda à noite, e não de manhã. Assim não tenho que "matar o domingo" do pessoal de casa. Chegar aqui em Sampa na segunda é mais fácil pra mim e pra minha família, afinal, somos obrigados a entrar no ritmo da semana, ela já começou.
Essa música tem um sabor especial pra mim também por outro motivo. Minha família tem a tradição de se reunir a cada dois, três anos, pra celebrarmos o reencontro. Assim conhecemos a nova geração e saudamos a antiga. Num desses encontros, da Família Spínola Costa, realizado na Bahia, em 2005, essa foi a "música-tema". Na abertura oficial cantamos essa canção. Emoção à flor da pele! Ela tem tudo a ver com a alma e lógica do Encontro: ansiedade, euforia... Mais tarde, tristeza, despedida. A vida segue...
E como essa canção fala da vida! A meu ver, é uma belíssima metáfora para a vida. Vida, alegria, experiência, partida, morte. Por desagradável que seja, não podemos escapar da partida... Se pararmos pra analisar sob esse prisma, veremos que "são só dois lados da mesma viagem". E nunca sabemos a hora da partida... Ou da chegada. Mas cá estamos, vivendo. Mesmo sem estarmos preparados, estamos prontos pra tudo, até pro "elemento-surpresa" que a vida traz. Espero que sempre sejam surpresas boas!
Espero que as minhas reflexões sejam úteis pra vocês. Encerro por aqui, vou pra casa amanhã cedo (feliz da vida e cheia de saudades dos meus) e ainda não arrumei minha mala, cá pra nós, numa viagem, pra mim é essa a pior parte!
Um beijo! E que cada um de vocês tenha um excelente feriado!
terça-feira, 5 de junho de 2012
"Dá no coração o medo que algum dia o mar também vire sertão"
Leitores queridos, hoje quero convidá-los a fazer comigo uma viagem pela história, geografia do nosso país e por muitas lembranças pessoais. Vamos?
A música que escolhi pra comentar chama-se "Sobradinho", composição dos anos 70 de uma dupla pela qual sou apaixonada: Sá e Guarabyra. Como de costume, primeiro letra, depois endereço do vídeo no Youtube.
Sobradinho
O homem chega
já desfaz a natureza
tira gente, põe represa
diz que tudo vai mudar
O São Francisco
lá pra cima da Bahia
diz que dia menos dia
vai sumir bem devagar
E passo a passo
vai cumprindo a profecia
do beato que dizia
que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Adeus, Remanso
Casa Nova, Sento-Sé
Adeus, Pilão Arcado
Vem o rio te engolir
Debaixo d'água
lá se vai a vida inteira
por cima da cachoeira
o Gaiola vai subir
Vai ter barragem
no salto do Sobradinho
o povo vai se embora
com medo de se afogar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho,
Adeus, adeus, adeus
http://www.youtube.com/watch?v=8ERBwtuaYmY
O endereço do vídeo não é de qualquer vídeo. É a última faixa do DVD "Outra vez na estrada", Sá, Rodrix e Guarabyra. Zé Rodrix é grande parceiro da dupla, deixou-a mas retornou anos mais tarde, o que dá maior sabor às composições.
Já que tenho uma relação bastante sincera com meus leitores, confesso a vocês que essa não é uma canção tão fácil de comentar... Justamente porque tenho muitas coisas para lhes contar! E isso tudo em meio a uma grande emoção.
Começo pela história/geografia retratadas na música. Sobradinho é uma cidade da Bahia, assim como Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado. Na década de 70 foi construída a Hidrelétrica de Sobradinho. Seu lago artificial inundou a área urbana das cidades acima citadas.
O beato-profeta citado no poema é uma clara alusão a Antônio Conselheiro, líder do arraial de Canudos, vilarejo construído na Bahia no final do século XIX, mas dizimado pelas forças do Exército da República, na conhecida Guerra de Canudos, guerra apresentada em detalhes no livro "Os sertões", de Euclides da Cunha. Conselheiro foi tido como louco e morto pelo Exército brasileiro. Ele previu que o sertão viraria mar. E não errou sua profecia.
Agora, minhas lembranças! Sobradinho é uma canção que sempre gostei. Mas eu não sabia seu nome. Eu me lembro que eu e minha irmã queríamos ouvi-la, pegávamos os CDs dos meus pais e procurávamos o nome pelo verso do refrão. Antes de conhecer a história da música numa aula de geografia, pra mim era "o sertão vai virar mar" o nome da canção. Claro que nunca achei nenhuma faixa com esse nome! Depois de conhecer seu verdadeiro nome, sua história, soube que essa canção já foi tema de questões do vestibular da Fuvest. Uma das perguntas era: "Qual o nome da música?" Olha só, eu teria grandes chances de errar... Seria muito mais fácil ter perguntado pros meus pais, concordo. Mas o sabor de "descobrir" Sobradinho... Ah, esse eu guardo comigo! E jamais me esquecerei de seu nome, nem de sua história. Outra coisa que descobri nessa canção foi o significado de Gaiola: É uma embarcação fluvial. Depois que recorri ao dicionário, o verso: "o Gaiola vai subir" fez mais sentido!
Sá, Rodrix e Guarabyra fizeram parte do cenário musical do país principalmente nas décadas de 70 e 80. Foram os criadores do chamado "rock rural", do campo para o mundo. Sucessos como "Dona", "Espanhola", "Caçador de mim", "Casa no campo", "Blue riviera", "Jesus numa moto", "Mestre Jonas", "Roque Santeiro" são composições que estão imortalizadas no repertório dessas três estrelas da música nacional. Cada uma delas renderia um belo post. Concorda, leitor? Pensarei a respeito.
Mas uma dessas estrelas se apagou no ano de 2009. Zé Rodrix desencarnou, deixando muitas saudades a seus fãs e uma vida repleta de sucessos. É esse fato que guardarei para sempre na memória. Após o falecimento de seu ídolo, meu pai colocou esse DVD pra gente ver em casa e... Chorou! Meu Deus, pouquíssimas vezes vi meu pai chorar daquela maneira. Um choro doído, cheio de saudade. Foi então que percebi o quanto ele era fã do trio. Com certeza ele também se lembrou da época em que escutava essas lindas composições com seus primos, minha mãe... Nossa, eu que não era nem nascida, já estou aqui, toda nostálgica! Bons tempos, sem dúvida nenhuma!
Incrível a capacidade que uma canção tem de tocar fundo a nossa alma. Sobradinho, não só por ser uma canção bastante alegre, até pelo caráter de denúncia social que possui, mexe comigo de um jeito bem especial.
O homem evolui, mas a história se repete... A Usina de Belo Monte está aí, sua barragem principal sendo construída no rio Xingu. Assistiremos passivamente nossas florestas virarem mar? E como ficam os índios das comunidades locais? Afinal, o progresso desmedido vale o sacrifício? Deixo essas questões finais pra vocês refletirem.
Muitos beijos!
A música que escolhi pra comentar chama-se "Sobradinho", composição dos anos 70 de uma dupla pela qual sou apaixonada: Sá e Guarabyra. Como de costume, primeiro letra, depois endereço do vídeo no Youtube.
Sobradinho
O homem chega
já desfaz a natureza
tira gente, põe represa
diz que tudo vai mudar
O São Francisco
lá pra cima da Bahia
diz que dia menos dia
vai sumir bem devagar
E passo a passo
vai cumprindo a profecia
do beato que dizia
que o sertão ia alagar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Adeus, Remanso
Casa Nova, Sento-Sé
Adeus, Pilão Arcado
Vem o rio te engolir
Debaixo d'água
lá se vai a vida inteira
por cima da cachoeira
o Gaiola vai subir
Vai ter barragem
no salto do Sobradinho
o povo vai se embora
com medo de se afogar
O sertão vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Vai virar mar
Dá no coração
O medo que algum dia
O mar também vire sertão
Remanso, Casa Nova, Sento-Sé
Pilão Arcado, Sobradinho,
Adeus, adeus, adeus
http://www.youtube.com/watch?v=8ERBwtuaYmY
O endereço do vídeo não é de qualquer vídeo. É a última faixa do DVD "Outra vez na estrada", Sá, Rodrix e Guarabyra. Zé Rodrix é grande parceiro da dupla, deixou-a mas retornou anos mais tarde, o que dá maior sabor às composições.
Já que tenho uma relação bastante sincera com meus leitores, confesso a vocês que essa não é uma canção tão fácil de comentar... Justamente porque tenho muitas coisas para lhes contar! E isso tudo em meio a uma grande emoção.
Começo pela história/geografia retratadas na música. Sobradinho é uma cidade da Bahia, assim como Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado. Na década de 70 foi construída a Hidrelétrica de Sobradinho. Seu lago artificial inundou a área urbana das cidades acima citadas.
O beato-profeta citado no poema é uma clara alusão a Antônio Conselheiro, líder do arraial de Canudos, vilarejo construído na Bahia no final do século XIX, mas dizimado pelas forças do Exército da República, na conhecida Guerra de Canudos, guerra apresentada em detalhes no livro "Os sertões", de Euclides da Cunha. Conselheiro foi tido como louco e morto pelo Exército brasileiro. Ele previu que o sertão viraria mar. E não errou sua profecia.
Agora, minhas lembranças! Sobradinho é uma canção que sempre gostei. Mas eu não sabia seu nome. Eu me lembro que eu e minha irmã queríamos ouvi-la, pegávamos os CDs dos meus pais e procurávamos o nome pelo verso do refrão. Antes de conhecer a história da música numa aula de geografia, pra mim era "o sertão vai virar mar" o nome da canção. Claro que nunca achei nenhuma faixa com esse nome! Depois de conhecer seu verdadeiro nome, sua história, soube que essa canção já foi tema de questões do vestibular da Fuvest. Uma das perguntas era: "Qual o nome da música?" Olha só, eu teria grandes chances de errar... Seria muito mais fácil ter perguntado pros meus pais, concordo. Mas o sabor de "descobrir" Sobradinho... Ah, esse eu guardo comigo! E jamais me esquecerei de seu nome, nem de sua história. Outra coisa que descobri nessa canção foi o significado de Gaiola: É uma embarcação fluvial. Depois que recorri ao dicionário, o verso: "o Gaiola vai subir" fez mais sentido!
Sá, Rodrix e Guarabyra fizeram parte do cenário musical do país principalmente nas décadas de 70 e 80. Foram os criadores do chamado "rock rural", do campo para o mundo. Sucessos como "Dona", "Espanhola", "Caçador de mim", "Casa no campo", "Blue riviera", "Jesus numa moto", "Mestre Jonas", "Roque Santeiro" são composições que estão imortalizadas no repertório dessas três estrelas da música nacional. Cada uma delas renderia um belo post. Concorda, leitor? Pensarei a respeito.
Mas uma dessas estrelas se apagou no ano de 2009. Zé Rodrix desencarnou, deixando muitas saudades a seus fãs e uma vida repleta de sucessos. É esse fato que guardarei para sempre na memória. Após o falecimento de seu ídolo, meu pai colocou esse DVD pra gente ver em casa e... Chorou! Meu Deus, pouquíssimas vezes vi meu pai chorar daquela maneira. Um choro doído, cheio de saudade. Foi então que percebi o quanto ele era fã do trio. Com certeza ele também se lembrou da época em que escutava essas lindas composições com seus primos, minha mãe... Nossa, eu que não era nem nascida, já estou aqui, toda nostálgica! Bons tempos, sem dúvida nenhuma!
Incrível a capacidade que uma canção tem de tocar fundo a nossa alma. Sobradinho, não só por ser uma canção bastante alegre, até pelo caráter de denúncia social que possui, mexe comigo de um jeito bem especial.
O homem evolui, mas a história se repete... A Usina de Belo Monte está aí, sua barragem principal sendo construída no rio Xingu. Assistiremos passivamente nossas florestas virarem mar? E como ficam os índios das comunidades locais? Afinal, o progresso desmedido vale o sacrifício? Deixo essas questões finais pra vocês refletirem.
Muitos beijos!
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